Estágios de aceitação ao traduzir um poema.
no lugar!
E mais: silabas, rima, ambos
dando o ar
da graça e enxotando o... resto.
Se não der,
o esquema rímico, o contexto
(sacomé,
arcaísmo aqui, referência
no cantinho...).
Não tem erro. E se não der, pensa
com carinho:
que mal te fez o verso branco?
O Uraguay
tem uns ótimos. Vou ser franco:
cai bem? Cai.
E se não der, é aquela treta
com o inglês:
monossílabos que o poeta
(eita...) fez
questão de esbanjar. A saída?
Uma: aumente
o metro. E sim, vai, elucida
a vertente
de interpretação dominante.
É normal.
Ou usa então rima toante,
que o final
é só uma parte. Poesia
é mais que isso!
É besteira essa acrobacia,
rebuliço
por uma pobre matemática.
Alitera,
aliás, que na histórica e prática
isso era
comum entre os poetas. Caso
dê ruim...
Opa, a metáfora! Um arraso!
Sim, sim, sim:
veja quão ousada pra época!
Meu amigo,
isso é ouro. Vai na fé. Pouca
gente, digo,
ninguém que eu saiba o descobrira.
Só coloca,
junto, um textão, sei lá... Se vira,
hã... convoca
um Derrida, um Meschonnic,
sua avó...
Confia em mim, meu chapa. É chique.
E vê só:
é tarde pra correr pro Pound.
Essa porra
toda pra quê? Pegando o bonde
do "socorra-
-me, versão francesa!"... Ferrou!
Nem que seja
o título!... Pois senão... Veja...
O... ou... ou...
E antes que alguém me diga "seu safado!
A teoria não é estepe e Ezra
o título!... Pois senão... Veja...
O... ou... ou...
§
E antes que alguém me diga "seu safado!
A teoria não é estepe e Ezra
Pound é muito mais vasto!", tô ligado,
fica de boa. Acho que quem despreza
isso não pode estar falando sério.
Então... Vai. Ligue os pontos. Eu te espero.