Harold Bloom (1930 - ).
A Angústia da Influência. Harold Bloom.
Trad. Marcos Santarrita.
2. ed. Imago, 2002.
Créditos da imagem.
Quantos já leram Harold Bloom? Você pode pensar que é muita gente, visto que, pra muitos cá no Brasil, Harold Bloom é seriamente considerado como palavra de lei. Euzinho tenho minhas dúvidas.
Senão vejamos: li pela primeira vez o Angústia da Influência há 8, 10 meses. Minha primeira impressão foi a de que, não fossem as incursões práticas de Bloom, vale dizer, seus livros sobre poetas específicos (como Stevens, Shelley, Blake, Shakespeare), seu trabalho como editor (Bloom's Critical Views) e seu trabalho em estabelecer um cânone literário; não fossem tais incursões e provavelmente sua teoria seria hoje vista como piada pronta.
Seu estilo é difícil, elíptico, imagético, repleto de citações que não se preocupam em fornecer a fonte. A primeira impressão que se tem ao ler o Angústia é que Bloom não teve tempo de organizar melhor as ideias, o que talvez encontre respaldo em algumas afirmações posteriores dele acerca da escrita do livro, bem como numa certa estrutura de suas obras de maneira geral, isto é, elas contam com Introduções muito bem feitas onde, dada a dificuldade do pensamento de Bloom, servem de porto seguro ou de leitura a princípio mais valiosa e consistente que o próprio livro. Trocando em miúdos: quer ler Harold Bloom mas tá sem tempo? Lê só a Introdução.
Por exemplo, Bloom fala acerca do clinamen, o primeiro dos seis processos envolvendo a consolidação da angústia da influência. É um capítulo estranho. Logo na segunda página ele nos convida a fazer uma analogia estranha entre o Paradise Lost e a situação do poeta moderno. Mas hein? De onde Bloom tirou isso?
Ele não dá nenhuma explicação ao leitor. Apenas faz a analogia. Nas páginas 82 e 83 ele nos revela que a escolha de Milton não é gratuita pois, na história da poesia inglesa, ele é quem representa pela primeira vez o dualismo excruciante que caracteriza o poeta moderno. Sua utilização da imagética miltoniana talvez tenha como respaldo também o fato de que o arcabouço cristão é o mais assente na cultura ocidental, e aqui nós poderíamos voltar a Northrop Frye (The Great Code), que afirmava que a Bíblia se localiza no centro do cânone ocidental (mas Bloom, shakespeariano de carteirinha, certamente não corrobora com tal afirmação).
Vamos logo ao que interessa. Quer saber o que é a angústia da influência? Leia, no blog do Rafael Coelho, uma postagem que vai de encontro a um dos pontos centrais do livro: aqui.
É que assim... Disse a vocês pessoas que havia lido a obra há 8, 10 meses. Pude captar muito pouco do que Bloom quis dizer. Havia pensado, por exemplo, na razão de Bloom dar tanto azo a poetas fortes. Poetas fracos não sofrem da angústia da influência? Qualquer teoria sobre poesia que seccione seu campo de análise antes mesmo de meter a mão na massa está fadada ao insucesso. Além do mais, como funcionaria a angústia da influência entre dois contemporâneos, vale dizer, entre dois works in progress? A angústia da influência é sobre um poeta em específico e outro poeta em específico, espécie de retrato que vaga em nossa mente e nos excrucia?
É que assim... Disse a vocês pessoas que havia lido a obra há 8, 10 meses. Pude captar muito pouco do que Bloom quis dizer. Havia pensado, por exemplo, na razão de Bloom dar tanto azo a poetas fortes. Poetas fracos não sofrem da angústia da influência? Qualquer teoria sobre poesia que seccione seu campo de análise antes mesmo de meter a mão na massa está fadada ao insucesso. Além do mais, como funcionaria a angústia da influência entre dois contemporâneos, vale dizer, entre dois works in progress? A angústia da influência é sobre um poeta em específico e outro poeta em específico, espécie de retrato que vaga em nossa mente e nos excrucia?
Bloom recentemente (2011) lançou o Anatomia da influência. Não pude lê-lo. Mas, seguindo o preview disponível no site da editora (aqui), bem como uma entrevista concedida por Bloom à Folha de São Paulo (aqui), podemos entrar de maneira bem menos traumática na problemática de suas ideias. Começando da entrevista, destaco o que Bloom disse acerca dessa ideia de "leitor passivo" e sua rápida explicação sobre a influência como amor literário. Do preview, destaco:
Na literatura, a angústia da influência não precisa ser um sentimento do escritor ao chegar tardiamente à tradição. É sempre uma angústia alcançada em uma obra literária, quer seu autor a tenha sentido ou não. (...) A angústia da influência existe entre poemas, não entre pessoas. O temperamento e as circunstância determinam se um poeta posterior sente angústia em qualquer nível de sua consciência. (...)
Northrop Frye insistia que a grande literatura nos emancipa da angústia. Essa idealização é falsa: sua grandeza resulta do fato de dar inevitável expressão a uma nova angústia. Longino, formulador crítico do sublime, afirmou que "belas palavras são na verdade a luz peculiar do pensamento". Mas qual é a origem dessa luz em um poema, em uma peça, em uma história, em um romance? Ela está fora do escritor e deriva de um precursor, que pode ser uma figura composta. No que diz respeito ao precursor, a liberdade criativa pode ser evasão, mas não fuga. Deve haver um agon, uma luta pela supremacia ou ao menos pela suspensão da morte imaginária. (p. 19)
Assim, quando se pergunta a um poeta, pessoa física, se ele sente ou não a angústia da influência, você está interpretando errado o conceito de Bloom. E, via de regra, a maior parte dos críticos da ideia de Bloom pensa que a angústia da influência diz respeito ao poeta que senta na beira do meio fio e chora. É óbvio que não. A rigor, o que Bloom estava querendo dizer é algo realmente antigo, algo que remete no mínimo a T. S. Eliot quando Eliot falava do talento individual e da tradição literária. A esse respeito, a aula de Paul Fry sobre o assunto é sempre válida:
É por isso que Bloom preferiu falar em amor literário nas próximas formulações sobre o tema. Pra não ficarmos com essa deturpação de suas ideias originais. Afinal de contas, não se pode dizer que um poeta não se encontre com a tradição em sua produção poética mais cedo ou mais tarde. Ele pode, eventualmente, se encontrar e não dar a mínima. Mas Bloom não está tão interessado assim no poeta figura física, mas no poeta do poeta. No poeta que podemos ver transparecido no poema, esse poeta que, como bem sabemos, não é tão exatamente a pessoa do escritor: e aqui podemos ver que, se por um lado é nítido o lastro romântico do pensamento de Bloom, do outro observamos como ele não se preocupa tanto, na verdade quase que nem um pouco, com a biografia de um poeta e, por conseguinte, com as contextualidades que dela advenham.
Com o passar dos anos, a influência foi deixando de ser algo visto como benéfico ou até mesmo saudável (como em Ben Jonson, p. 77), para se converter no romance familiar freudiano, isto é, "fantasmas pelos quais o indivíduo modifica imaginariamente os seus laços com os pais" (aqui). É quando surge o dualismo cartesiano inscrito na alma do poeta moderno (p. 84-85) e que faz parte do caráter do Satã de Milton, arquétipo, para Bloom, do poeta moderno. O poeta moderno é aquele que lança uma sombra gigantesca do Poeta exemplar, o Poeta mesmo, o Poeta que ele já não pode ser (p. 70), aquele Poeta que, conforme nos dizia Vico, era peça fundamental no severo poema dos tempos primitivos onde o poeta, em sua sabedoria (p. 107), possuía poderes intimamente ligados à criação.
É quando a dialética da angústia da influência passa a ser melhor vista, pois o poeta moderno não pode escapar ou mesmo tentar arranjar uma desculpa ou coisa do tipo para o fato evidente de que, assim como Satã, ele estava caindo, ele caiu, ele deformou a superfície terrestre, criou um Inferno e hoje ele, poeta, está deformado (p. 70-71). O contato com a tradição é direto, sendo assim. O poeta forte, que é um solipsista (p. 72; solipsista = a realidade é só o que o eu enxerga) por um momento descobre que as coisas não são bem assim, pois descobre a dialética da influência como interior e exterior a si (p. 75) e percebe o quão difícil é manter sua posição poética (p. 72), quão difícil é ser poeta frente ao perigo de que ele venha a deixar de ser poeta (p. 106).
São problemas que não dizem respeito ao poeta fraco. O que é mais do que óbvio. A tradição literária existe e ela nos dá a certeza de que não precisa de nós e de nossos poemas, que serão, quando muito, arremedos supérfluos de tudo o que ela já fez. É quando o poeta descobre que sua Musa entrou inteiramente no romance familiar freudiano, vale dizer, ela é mãe e prostituta (p. 110-111), pois já havia se unido a outros poetas no passado. O processo de "tomada de consciência" da tradição e a forma como todo poeta a enfrenta bravamente para que consiga se correlacionar na dialética da influência sem ser tragado pela tradição, mas, pelo contrário, como parte ativa em tudo o que ela implica de geração e expansão, é o que Bloom desenvolve com a análise de seus seis passos ou seis processos.
Assim, por exemplo, o poeta forte se vê frente às figuras que Bloom chama de Esfinge e Querubim Cobridor. Metaforicamente, a Esfinge é a tradição e, enquanto tradição, deve ser despedaçada, ao passo que o Querubim Cobridor está mais ligado ao processo da feitura poética, ou seja, é ele quem bloqueia a criatividade, quem encobre o funcionamento do poema (p. 85). Por isso Bloom diz que o poeta comum frequentemente descobre o que o Querubim Encobridor guarda (p. 86), o que não quer dizer muita coisa se o poeta não despedaçar também a esfinge.
O processo de despedaçá-la começa no clinamen, isto é, desvio de leitura, misreading, conceito fundamental em Bloom pois afasta de vez a ideia do leitor passivo e nos permite identificar como todo poema guarda o precursor dentro de si. Cite-se, da página 80,
A influência poética - quando envolve dois poetas fortes, autênticos - sempre se dá por uma leitura distorcida do poeta anterior, um ato de correção criativa que é na verdade e necessariamente uma interpretação distorcida. A história da influência poética frutífera, o que significa a principal tradição da poesia ocidental desde o Renascimento, é uma história de angústia e caricatura auto-salvadora, de distorção, ou perverso [isto é, desvio de caminho, conforme p. 133] e deliberado revisionismo, sem o qual a poesia moderna como tal não poderia existir.
E aqui, nos lembra Bloom, como o precursor jamais é absorvido como parte do superego, mas como parte do id, isto é, id: aquilo que está conosco desde que nascemos e norteia nosso princípio de prazer, e superego: aquilo que cerceia a busca pelo prazer do id (aqui); tendo em vista este fato, podemos concluir que é natural que o efebo interprete de forma distorcida o precursor (p. 119). Não quer dizer, sendo assim, de simples processo de destruição ou de morte, mas de incorporação, de afogamento (p. 104-105) dentro do outro poeta com fins a manter uma visão solipsista frente à tradição que, por natureza, tende a destruir o solipsismo do poeta. Por isso ela é dialética e por isso ela envolve o processo tão complexo de que um poeta não externalize enquanto alvo o seu precursor, mas que o interiorize e o ponha, melhor dizendo, o aceite e o incorpore no centro de seu id, no centro de seu prazer, mas de tal maneira que não seja tragado pelas vicissitudes de um processo tão perigoso (p. 75-76). Daí a angústia da influência: ela é algo que a um só passo afirma o poeta forte e ao mesmo tempo o impele à destruição, à morte.
Depois do clinamen, leitura desviante, vem a tessera, onde o poeta posterior aparentemente completa o precursor, o poeta posterior tenta se convencer de que a palavra do precursor está gasta (p. 114-115). Obviamente um resultado do clinamen, as duas são seguidas da kenosis, esvaziamento que termina o desvio de rota que caracteriza os três primeiros degraus da angústia da influência. É falando sobre a kenosis que Bloom amplia sua imagética e passa a falar de poemas da água, do fogo, do ar, da terra. Mais uma vez, são comparações muito abstratas que dificultam a visualização do leitor. A angústia da influência é um processo de nítida descontinuidade (p. 126). O efebo sente-se, segundo Bloom, à beira de um oceano (p. 127), visto que ele caiu no oceano (oceano pois ele, lembram-se?, enquanto poeta, se afoga). E depois se ergue e quer buscar o fogo, vale dizer, a descontinuidade, a busca por uma força prometeica que aos poucos vai livrando o poeta de seu peso. O que, talvez Bloom esteja querendo dizer, ainda assim não seja o ideal, visto que quando Bloom se refere à angústia da influência, temos que nos lembrar que quão melhor é o poeta, mais forte a angústia da influência se manifesta em seus poemas, isto é, mais ele consegue trazer a tradição muito bem estampada em sua poesia ao mesmo tempo que mostra sua própria poesia fortalecida. Seria o estágio de uma poesia terrestre (p. 127-128), poesia, para Bloom, de subdeuses. Podemos dizer que essa perda de peso de uma poesia aos poucos aéreas é, nos poetas fortes, a kenosis (p. 135), um processo de "anulação" do poeta precursor que, evidentemente, não se realiza de todo.
Os próximos passos da angústia da influência são típicos de poetas verdadeiramente fortes. É quando o livro vai ficando mais claro. No Intercapítulo, Bloom consegue nos dar um certo alívio e ser direto em suas proposições (p. 142-143):
Resumo - Todo poema é uma interpretação distorcida de um poema pai. Um poema não é uma superação de angústia, mas é essa angústia. As interpretações distorcidas ou poemas dos poetas são mais drásticos que as interpretações distorcidas ou crítica dos críticos, mas trata-se apenas de uma diferença de grau, e de modo algum de espécie. (...)
Poesia é angústia de influência, é apropriação, é uma disciplinada perversidade. Poesia é compreensão distorcida, interpretação distorcida, aliança distorcida.
Poesia (Romance) é Romance Familiar. Poesia é o encantamento do incesto, disciplinado pela resistência a esse encantamento.
Influência é Influenza - doença astral.
O movimento de contra-ataque, de intumescimento à kenosis é a daemonização, onde o precursor tem seu poder expandido num princípio maior do que o dele ao mesmo tempo que se humaniza (p. 156). Impelido à morte que o processo da angústia da influência impõe a todo poeta forte, o poeta posterior começa a encontrar uma maneira de vida (p. 150). É quando se abre espaço para o ressurgimento de um solipsismo na askesis, penúltima fase (p. 169), onde o processo de purgação análogo ao da kenosis afeta de maneira mais direta o precursor, a um só tempo tornando independente o efebo e criando um poderoso liame entre os dois que resultará na apophrades, fase onde o poeta precursor como que depende do efebo, e onde se pode até vislumbrar a ideia de que os poetas precursores desejam, abrem espaço para seus descendentes (p. 191). Agora, do mesmo modo que se pode ler o precursor no poema do poeta posterior, você pode ler o poeta posterior no poema do precursor.
Pouco do que problematizei, sendo assim, continua de pé. Bloom se preocupa apenas com poetas fortes? Digo e redigo: evidente que não. Seu raciocínio em tese pode ser aplicado a qualquer poeta. Mas somente no caso de alguns você pode notar a angústia da influência por uma razão muito simples: a imensa maioria dos poetas, por serem justamente ruins (uma verdade mais do que evidente), é tragada pela tradição, sequer tem como demonstrar uma angústia da influência em seus escritos pois a angústia da influência não é, repito, um sentar-se à beira do meio e fio e chorar porque não se pode ser melhor que Camões; é um embate visível no íntimo do poema que permite ao poeta manter sua voz, seu solipsismo, e manter a tradição ali, palpitante no que escrevera.
A angústia da influência entre dois contemporâneos é perfeitamente possível. Tanto que ela foi feita entre Shakespeare e Marlowe. E se Shakespeare é o caso mais bem sucedido de angústia da influência jamais realizado, é porque ele conseguiu alcançar um estágio superior ao tanto ser-tragado pela tradição quanto ao refletir-a-luta em seu poema: ele conseguiu devorar totalmente seu precursor (p. 48-49). Naturalmente que a dialética entre dois contemporâneos deve ser pontuada com devidas ressalvas, visto que ninguém pode ser influenciado apenas por contemporâneos, tanto pelo fato de que isso implicaria negar os influxos da tradição, coisa simplesmente impossível, como pelo fato de que na obra do poeta contemporâneo e precursor, que está sendo construída, que é work in progress, você pode ver a tradição atuando com uma vivacidade diferenciada, pois, afinal de contas, repito, ela está sendo construída. Além, é claro, do fato de que Bloom nos diz que um poeta pode ter estágios de sua obra onde a angústia da influência está de forma pungente em seus escritos, ou seja, ele chegou lá, e estágios onde isto não ocorra. Nada mais comum. A diferença é que, acontecendo-o num work in progress, o efebo contemporâneo pode simplesmente deixar de ler ou deixar de se influenciar pelo poeta, visto que, de maneira geral, é possível que a angústia da influência entre contemporâneos resulte num saldo positivo não só pela relação entre a obra destes dois poetas, que dificilmente poderão ler-se de maneira satisfatória (ou seja, ler a literatura um do outro e não só a vida, a biografia), de maneira que, na prática, a mecânica da influência entre dois poetas pode se mover no sentido de estratégias, do efebo ver como seu precursor está efetuando o embate para com a tradição em sua poesia, e, daí, de que maneiras o efebo também pode vir a atuar, o que implica uma análise eu diria mais de estratégias que de corpo e alma. (Mas aqui eu certamente amplio a temática de Bloom no sentido de que é dever deste efebo contemporâneo analisar não só o embate precursor-tradição, mas precursor-contemporaneidade, o que pode tanto reforçar o primeiro embate quanto levar o efebo a uma visão mais crítica de mundo, coisa, de resto, mais do que salutar e suficiente para gravar em seu coração a necessidade premente de todo poeta ler poesia contemporânea. Contudo, creio que Bloom não aprovaria estas minhas ilações, de maneira que elas são mais minhas que dele.)
E por fim, em relação à ideia de que o efebo lutaria com um poeta em específico, nada mais simples de ser rebatido se nos lembrarmos tanto da citação do preview de Anatomia da Influência, quanto do que o próprio Bloom nos diz na página 143: "Quando dizemos que o significado de um poema só pode ser outro poema, talvez queiramos dizer uma gama de poemas: // O poema ou poemas precursores. // (...)". Além, é claro, do fato de que a leitura perversa é o fulcro de toda leitura, e do fato de que a criação da figura do precursor é obra do id e não do superego. Assim, é natural que tenhamos uma imagem distorcida, uma verdadeira quimera que nem sempre pode vir a ser identificável, o que certamente "dá a chance" ao poeta de criar uma espécie de precursor com jeitão de Emily Dickinson e pitadas de Ginsberg, sem prejuízo às afirmações bloomianas de maneira geral.